OS NÚMEROS CRUÉIS DA MUDANÇA CLIMÁTICA.
Ao se abrir nesta semana uma nova rodada de negociações
sobre o Protocolo de Kyoto em Bonn (de segunda-feira, 16/07 até sexta-feira,
27) e os líderes do G8 se reunirem em Genova, na Itália, a partir de
sexta-feira, 20 de julho, a comunidade global se prepara para um embate
climático entre os líderes da União Européia e o Governo Bush. Embora o
Presidente Bush tenha questionado a necessidade das reduções de emissões
exigidas pelo Protocolo do Kyoto, os relatórios científicos recentes do Painel
Internacional sobre Mudança Climática e da Academia Nacional de Ciências dos
Estados Unidos, são até mais duros que os anteriores em suas conclusões sobre a
urgência da redução das emissões.
O Worldwatch
Institute fornece informações sobre as
perspectivas de reduções ainda maiores da dependência dos combustíveis fósseis,
sobre as possibilidades de fontes alternativas de energia e sobre as graves
conseqüências da mudança climática.
Uso de Combustíveis Fósseis e Energia Renovável.
· O consumo
mundial de combustíveis fósseis caiu 0,2% em 2000, porém eles ainda representam
90% do consumo de energia comercial, com 25% da energia mundial derivada do
carvão e 41% do petróleo; o consumo global de petróleo aumentou 1,1% em 2000.
· O consumo
mundial de carvão caiu 4,5% em 2000; a China, responsável por 25%, utilizou
3,5% menos carvão em 2000 do que em 1999.
· A energia
eólica foi a fonte de energia de maior crescimento no mundo na última década, e
cresceu 30% em 2000. A energia eólica representa menos de 1% da eletricidade em
todo o mundo, porém recentemente ultrapassou 15% na Dinamarca.
·
A produção de células solares elétricas deu um salto de 43% em 2000;
comparativamente, a geração de energia nuclear aumentou apenas 0,5%.
Emissões de Carbono
· As
emissões globais de carbono caíram pelo terceiro ano consecutivo em 2000, para
6,3 bilhões de toneladas (-0,6%); as emissões globais de carbono aumentaram 6%
na década de 90, em comparação ao ganho de 15% nos anos 80, 29% nos anos 70 e
58% nos anos 60.
· As
emissões de carbono nos Estados Unidos, hoje, estão 13% acima dos níveis de
1990, contrastando fortemente com a meta de corte de 7% de gases de estufa, até
2010, com a qual os Estados Unidos se comprometeram em Kyoto; o aumento das
emissões nos Estados Unidos, entre 1990 e 2000, excede o aumento conjunto da
China, Índia e África.
· O Japão,
com uma meta de redução de 6% até 2010, está hoje 13% acima da marca de 1990.
· As
emissões de carbono da UE estão hoje 0,5% abaixo dos níveis de 1990, devido em
grande parte às reduções substanciais da queima de carvão na Alemanha e no
Reino Unido; serão necessários esforços adicionais para atingir a meta da UE de
8% abaixo dos níveis de 1990, até 2010, estabelecida em Kyoto,.
· As
emissões de carbono na China caíram 18%, entre 1996 e 2000; por outro lado, as
emissões aumentaram 80% na Coréia do Sul durante este período, e cresceram 57%
na Índia.
·
Nos Estados Unidos, as emissões de carbono dos veículos em 1997 (291
milhões de toneladas) excederam as emissões totais de praticamente todos os
países; não houve melhoria na economia de combustível dos carros novos nos
Estados Unidos, desde meados da década de 80, devido à crescente popularidade
dos veículos utilitários esportivos.
O Impacto da Mudança Climática
· Os
cientistas detectaram uma redução de 40% na espessura média do gelo ártico,
durante os últimos 40 anos; no ritmo atual de aquecimento, o Ártico poderá
estar sem gelo algum no verão em meados do século, afetando gravemente a
Corrente do Golfo e o clima do norte da Europa.
· Cerca de
27% dos recifes de coral mundiais estão hoje gravemente danificados, contra 10%
em 1992. Caso o aquecimento global persista, 60% de todos os recifes poderão
estar perdidos até 2030 e, com eles, a proteção dos litorais contra ressacas.
Durante os anos 90, o custo econômico
dos desastres naturais suplantou US$ 608 bilhões, mais do que as quatro décadas
anteriores, conjuntamente; à medida que o nível do mar continue a crescer e os
eventos climáticos violentos se tornem mais comuns nas próximas décadas, nossa
vulnerabilidade aos desastres naturais continuará a aumentar.
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