Em defesa da sustentabilidade
e do Parque Nacional da Serra do
Gandarela.
Um dos destaques do Seminário Metropolitano de Sustentabilidade
Ambiental realizado neste sábado, no Instituto Ethos de Educação em
Fabriciano, foi a experiência do movimento em defesa da criação do
Parque Nacional da Serra da Gandarela, entre os municípios de Santa
Bárbara, Caeté, Rio Acima e Raposos, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte. O parque abrangerá também os municípios de Nova Lima, Barão
de Cocais, Itabirito e Ouro Preto, atingindo uma área total de 38,2
mil hectares. A iniciativa, porém, está ameaçada por um projeto da
Vale para a instalação da mina Apolo, que ficaria localizada entre os
municípios de Santa Bárbara, Caeté, Rio Acima e Raposos.
Educadora ambiental, Maria Teresa Viana de Freitas Corujo explica que
a criação do parque é importante, não só para processo de
sustentabilidade dos recursos hídricos, da fauna e da flora do local,
mas principalmente da espécie humana. “A sustentabilidade hoje não é
apenas da Ararinha Azul e do Lobo-Guará como se falava há 15 anos.
Agora nós estamos falando da sustentabilidade da espécie humana junto,
porque tem tudo a ver com o abastecimento de água para o uma região de
cinco milhões de habitantes”.
Maria Teresa destaca que a luta do movimento já dura quatro anos,
desde quando começaram as movimentações de empresas e técnicos
realizando estudos e análises do local. Quando posteriormente surgiram
publicações na mídia sobre uma possível instalação de uma mina, que
seria considerada a maior mineração a céu aberto do país, já havia a
mobilização ambiental. “Ao mesmo tempo havia estudos que confirmando
que aquele lugar tinha todas as características para se tornar uma
unidade de preservação ambiental”, completou. Com a notícia surgiram
vários movimentos paralelos em várias partes da região, em outros
municípios e comunidades preocupadas com o futuro do complexo.
Há quase dois anos os vários grupos se uniram em torno de pesquisas
para comprovar a importância da preservação para toda a comunidade
local. O pedido foi enviado ao Instituto Chico Mendes, e hoje existe
uma proposta técnica concluída, provando que o Gandarela tem potencial
e qualidades para se tornar uma unidade de proteção integral, ou seja,
um parque de preservação. “Agora estamos na etapa consultiva, quando o
instituto começa a visitar as comunidades do entorno, divulgando e
participando do processo de orientação da população para a criação do
parque”, explica à educadora.
Grupo - Maria Teresa explica que não é possível contabilizar o número
de pessoas envolvidas no movimento para a preservação do Gandarela mas
já existem mais de 12 mil assinaturas a favor da criação do parque.
“Temos 50 pessoas ligadas no trabalho diário, mas o movimento é maior
e isso tá chegando inclusive a outros Estados e, mesmo distantes, as
pessoas estão divulgando e ajudando a multiplicar essa informação”,
destacou.
Promessa de luta permanente - Sobre o tempo para a efetivação do
Parque Nacional da Gandarela, Maria Teresa afirma que não há previsão,
mas a luta não vai cessar. “Nós trabalhamos assim: Cada dia é um dia
de continuar dizendo a importância desse lugar para o futuro de todos
nós e esse é o movimento para preservação da serra do Gandarela”,
considerou. Maria Teresa disse ainda que seja preciso uma posição do
governo federal para decretar a criação da área de preservação.
Impactos - Sobre os impactos ambientais previstos, caso a mineração
seja de fato instalada, Maria Teresa ressalta que os próprios estudos
feitos pelas empresas comprovam a degradação. A abrangência dos
impactos chegaria ao Vale do Aço de forma indireta, pois a área
atingida tem influência na bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, que
corta a região. “Interfere na flora, fauna, recursos hídricos
superficiais e subterrâneos. Altera todo o sistema geomorfológico que
possibilita aquela água, então aquelas nascentes que existiam ali
deixam de existir”, explicou. A ambientalista lembra que os impactos
sociais também são considerados agravantes, pois a chegada de quase
dois mil profissionais previstos para a fase de implantação ameaça o
funcionamento do sistema de transporte, saúde e habitação que até
então não estarão preparados para receber a grande demanda.
Caraça - A bióloga responsável pela gestão da Reserva Particular de
Preservação Natural da Serra do Caraça, Aline Cristine Lopes de Abreu
é taxativa. Ela avalia que o movimento do Gandarela foi importante na
motivação para a luta que conquistou o bloqueio dos títulos minerários
inseridos na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Santuário
do Caraça, localizada nos municípios de Barão de Cocais, Santa
Bárbara, Catas Altas, Mariana, Itabirito e Ouro Preto, decretada em
abril deste ano. “O movimento do Gandarela serviu de impulso para que
nós acreditássemos que não é preciso se conformar com os problemas
trazidos ao meio ambiente pela mineração”, definiu. Quando criado, o
Parque do Gandarela será conectado à unidade do Caraça, formando um
corredor ecológico no Estado de Minas Gerais.
Reportagem originalmente publicada no Jornal Diário do Aço de 15 de
maio de 2011. Repórter: Silvia Miranda.
Gandarela.
Um dos destaques do Seminário Metropolitano de Sustentabilidade
Ambiental realizado neste sábado, no Instituto Ethos de Educação em
Fabriciano, foi a experiência do movimento em defesa da criação do
Parque Nacional da Serra da Gandarela, entre os municípios de Santa
Bárbara, Caeté, Rio Acima e Raposos, na Região Metropolitana de Belo
Horizonte. O parque abrangerá também os municípios de Nova Lima, Barão
de Cocais, Itabirito e Ouro Preto, atingindo uma área total de 38,2
mil hectares. A iniciativa, porém, está ameaçada por um projeto da
Vale para a instalação da mina Apolo, que ficaria localizada entre os
municípios de Santa Bárbara, Caeté, Rio Acima e Raposos.
Educadora ambiental, Maria Teresa Viana de Freitas Corujo explica que
a criação do parque é importante, não só para processo de
sustentabilidade dos recursos hídricos, da fauna e da flora do local,
mas principalmente da espécie humana. “A sustentabilidade hoje não é
apenas da Ararinha Azul e do Lobo-Guará como se falava há 15 anos.
Agora nós estamos falando da sustentabilidade da espécie humana junto,
porque tem tudo a ver com o abastecimento de água para o uma região de
cinco milhões de habitantes”.
Maria Teresa destaca que a luta do movimento já dura quatro anos,
desde quando começaram as movimentações de empresas e técnicos
realizando estudos e análises do local. Quando posteriormente surgiram
publicações na mídia sobre uma possível instalação de uma mina, que
seria considerada a maior mineração a céu aberto do país, já havia a
mobilização ambiental. “Ao mesmo tempo havia estudos que confirmando
que aquele lugar tinha todas as características para se tornar uma
unidade de preservação ambiental”, completou. Com a notícia surgiram
vários movimentos paralelos em várias partes da região, em outros
municípios e comunidades preocupadas com o futuro do complexo.
Há quase dois anos os vários grupos se uniram em torno de pesquisas
para comprovar a importância da preservação para toda a comunidade
local. O pedido foi enviado ao Instituto Chico Mendes, e hoje existe
uma proposta técnica concluída, provando que o Gandarela tem potencial
e qualidades para se tornar uma unidade de proteção integral, ou seja,
um parque de preservação. “Agora estamos na etapa consultiva, quando o
instituto começa a visitar as comunidades do entorno, divulgando e
participando do processo de orientação da população para a criação do
parque”, explica à educadora.
Grupo - Maria Teresa explica que não é possível contabilizar o número
de pessoas envolvidas no movimento para a preservação do Gandarela mas
já existem mais de 12 mil assinaturas a favor da criação do parque.
“Temos 50 pessoas ligadas no trabalho diário, mas o movimento é maior
e isso tá chegando inclusive a outros Estados e, mesmo distantes, as
pessoas estão divulgando e ajudando a multiplicar essa informação”,
destacou.
Promessa de luta permanente - Sobre o tempo para a efetivação do
Parque Nacional da Gandarela, Maria Teresa afirma que não há previsão,
mas a luta não vai cessar. “Nós trabalhamos assim: Cada dia é um dia
de continuar dizendo a importância desse lugar para o futuro de todos
nós e esse é o movimento para preservação da serra do Gandarela”,
considerou. Maria Teresa disse ainda que seja preciso uma posição do
governo federal para decretar a criação da área de preservação.
Impactos - Sobre os impactos ambientais previstos, caso a mineração
seja de fato instalada, Maria Teresa ressalta que os próprios estudos
feitos pelas empresas comprovam a degradação. A abrangência dos
impactos chegaria ao Vale do Aço de forma indireta, pois a área
atingida tem influência na bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, que
corta a região. “Interfere na flora, fauna, recursos hídricos
superficiais e subterrâneos. Altera todo o sistema geomorfológico que
possibilita aquela água, então aquelas nascentes que existiam ali
deixam de existir”, explicou. A ambientalista lembra que os impactos
sociais também são considerados agravantes, pois a chegada de quase
dois mil profissionais previstos para a fase de implantação ameaça o
funcionamento do sistema de transporte, saúde e habitação que até
então não estarão preparados para receber a grande demanda.
Caraça - A bióloga responsável pela gestão da Reserva Particular de
Preservação Natural da Serra do Caraça, Aline Cristine Lopes de Abreu
é taxativa. Ela avalia que o movimento do Gandarela foi importante na
motivação para a luta que conquistou o bloqueio dos títulos minerários
inseridos na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Santuário
do Caraça, localizada nos municípios de Barão de Cocais, Santa
Bárbara, Catas Altas, Mariana, Itabirito e Ouro Preto, decretada em
abril deste ano. “O movimento do Gandarela serviu de impulso para que
nós acreditássemos que não é preciso se conformar com os problemas
trazidos ao meio ambiente pela mineração”, definiu. Quando criado, o
Parque do Gandarela será conectado à unidade do Caraça, formando um
corredor ecológico no Estado de Minas Gerais.
Reportagem originalmente publicada no Jornal Diário do Aço de 15 de
maio de 2011. Repórter: Silvia Miranda.
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