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quarta-feira, 20 de abril de 2011

3G é banda larga?

3G é banda larga?


Num país no qual a banda larga fixa ainda é complicada de contratar, principalmente em locais afastados dos grandes centros – e até mesmo nas redondezas das capitais – a saída para quem deseja se conectar à internet acaba sendo o 3G. O uso dos modems pessoais cresce em todo o mundo e aqui no Brasil não poderia ser diferente. De acordo com o estudo VNI – Cisco Visual Networking Index Global Mobile Data Traffic Forecast  (Previsão Global de Dados Móveis do Índice de Redes Visuais), divulgado hoje pela Cisco, o tráfego de dados móveis no Brasil aumentará 39 vezes até 2015, com uma taxa anual de crescimento da ordem de 108%.

Mais dados animadores: segundo a União Internacional das Telecomunicações (UIT), o número de assinaturas móveis de banda larga chegará a um bilhão no primeiro trimestre de 2011. Até 2010, 73% do total de assinaturas de telefones celulares eram de países em desenvolvimento, o que significa que o 3G vem substituindo, mesmo com perdas de velocidade, o acesso fixo doméstico.

Resultado, provavelmente, dos altos preços da banda larga “convencional”, mesmo com concorrência acirrada entre operadoras como GVT, Net, Oi e Telefônica, etc. Ainda segundo a UIT, o número de smartphones hoje é estimado em 500 milhões de aparelhos, quantidade que deve chegar a quase dois bilhões em 2015.

O celular parece ser a saída ideal para quem não tem acesso aos planos fixos. Até aí, tudo bem. O problema é que o 3G é uma banda larga deficiente, ainda mais num cenário no qual as operadoras não conseguem entregar a estrutura necessária para uma conexão estável e de qualidade. Há oscilações no acesso, sinal inexistente em muitas áreas e velocidade sempre aquém da “teórica” (vendida pelas operadoras).

Segundo dados publicados pelo site Teleco, a velocidade média do acesso 3G no país era, no terceiro trimestre de 2010, 661 kbps (kilobits por segundo). É pouco, ainda mais quando se pensa em planos fixos de cable e DSL de mais de 20 mbps (megabits por segundo), que alguns afortunados clientes já conseguiram contratar, pagando preço de ouro.

A pior notícia é que a evolução de tal velocidade média nos últimos anos tem sido lenta – em 2009, ainda segundo o Teleco, ela era de 576 kbps, ou seja, pouco menos de 100kbps de crescimento em nada menos que dois anos. Num universo de crescimento exponencial como a internet, os números não batem.

O que é possível fazer com 661 kbps? Baixar email, acessar redes sociais, ok. Mas quando se espera uma velocidade capaz de rodar um vídeo do Youtube sem longas pausas, o 3G não é suficiente e, de acordo com a própria UIT, só pode ser caracterizado como banda larga o acesso com velocidade superior a 2 mbps. Ou seja, compra-se banda larga quando na verdade leva-se pra casa um dial up turbinado.

Mas é a saída. As operadoras veem suas receitas com dados aumentarem consideravelmente. Só para se ter uma ideia, até o final do ano passado, a média de envio de SMS era de 200 mil/segundo; mais de 6 trilhões de mensagens de texto foram enviadas apenas em 2010, número que deve crescer ainda mais este ano. E nem estamos falando, aqui, no número de bytes acessados via celular em navegação na Web e através de aplicativos, que chegam a aparelhos middle end e, muito em breve, a muitos modelos low end.

Num mundo ideal, o 3G seria o segundo ponto de acesso banda larga de todo mundo – o primeiro poderia ser um DSL ou cable, de preferência com velocidades superiores a 2 mbps. Mas quem não tem cão…


Se a banda larga oferecida pelas operadoras em contrato já é baixa, o consumidor ficará chateado ao descobrir que as taxas estão sempre abaixo do contratado, tanto no upload quanto no download. No download, em média as velocidades reais não passam de 60% do contratado; no upload (quando você envia dados, como vídeos para o Youtube, por exemplo), a situação é bem pior: normalmente, a velocidade não passa dos 30% do contratado.


E o pior é que o usuário não pode reclamar, uma vez que as operadoras, segundo regras da Anatel, só são obrigadas a entregar 10% da velocidade contratada. Ou seja, se você compra um plano que teoricamente pode te entregar velocidades de 1Mbps, você pode ter de se contentar com 100kbps. É ou não é um dial up turbinado?


Vocês já usam banda larga móvel? Mais: tentaram contratar banda larga fixa e não conseguiram? Que operadoras assinam e que tipo de aplicações costumam usar? E aqui me adianto numa pergunta mais avançada: se têm celulares que podem se tornar modems, depois que usam a função notam uma queda abrupta na velocidade logo em seguida?





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