ONU propõe plano para liderança em sustentabilidade empresarial |

ONU: os porquês da liderança em sustentabilidade
Os últimos dez anos testemunharam
enormes desdobramentos no campo da sustentabilidade empresarial.
Milhares de empresas no mundo todo firmaram compromissos e estabeleceram
políticas para integrar e difundir princípios universais nas áreas de
direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção.
O crescimento do Pacto Global da ONU
certamente reflete a adoção cada vez maior de princípios e valores por
parte de empresas de todos os portes, setores e procedências.
Reforçar essa tendência tem sido o
movimento ascendente da supervisão e execução da sustentabilidade
empresarial dentro das organizações; há muito mais presidentes de
empresa e conselhos de administração liderando a agenda.
Se, por um lado, esses desdobramentos
são extremamente positivos, não se pode deixar de considerar que a
sustentabilidade empresarial não penetrou ainda a maioria das empresas
que operam nos mercados em todo o mundo. Em outras palavras, o momento
da virada nesse processo em termos globais ainda não foi atingido, mas
já dá para ser vislumbrado.
Os dez anos de experiência do Pacto
Global da ONU revelam dois importantes ensinamentos: em primeiro lugar,
que um alto desempenho por parte de empresas líderes é profundamente
inspirador para as que se encontram nos degraus mais baixos da “pirâmide
da sustentabilidade”. O resultado é uma corrida ao topo. Em segundo
lugar, que é necessário um novo patamar de desempenho para que se possa
enfrentar alguns desafios globais cruciais em um mundo de incertezas,
complexidade e volatilidade, e para que se cumpra a promessa da
sustentabilidade.
Reconhecendo estes fatores, o Escritório
do Pacto Global da ONU se lançou na elaboração de um Plano para
Liderança em Sustentabilidade Empresarial para a segunda década do Pacto
Global da ONU; um plano que esteja fundamentado nas realidades da era
que se aproxima e baseado na necessidade de atingir níveis mais altos de
desempenho, impacto e ação coletiva.
É necessário um novo patamar de
desempenho para que se possa enfrentar alguns desafios globais e cumprir
a promessa da sustentabilidade
Conceito e Processo – Dando Forma ao Plano de Liderança
O Plano não inclui nenhum novo
compromisso para as empresas participantes; está firmemente embasado nos
compromissos que as empresas assumem no momento da adesão.
O Plano para Liderança em
Sustentabilidade Empresarial (“Plano”) foi elaborado em conjunto com um
variado grupo de empresas participantes e partes interessadas, órgãos da
ONU e outros especialistas.
A fundamentação para se elaborar um Plano teve os dois seguintes fatores principais:
- desafiar e inspirar as empresas a atingir níveis mais altos de desempenho em sustentabilidade dentro do Pacto Global da ONU;
- aperfeiçoar o Pacto Global da ONU e suas oportunidades de engajamento para gerar mais valor para seus participantes mais atuantes.
Dessa forma, o Plano foi elaborado com a
compreensão de que ele traria benefícios e responsabilidades tanto para
as empresas participantes como para as Nações Unidas. De fato, essa é a
verdadeira natureza de um pacto – todas as partes devem contribuir e se
beneficiar para que o acordo seja eficaz e sustentável.
Para os participantes empresariais, o
Plano traçaria um modelo de liderança em sustentabilidade empresarial
que oferecesse uma estratégia ambiciosa, porém exequível para as
empresas gerarem o máximo de valor por meio do Pacto Global da ONU.
Para o Escritório do Pacto Global da ONU
e suas unidades de apoio operacional, isso significa ser capaz de
oferecer os recursos, mecanismos e plataformas necessárias para que as
empresas implementem integralmente o Plano.
Foi importante para os participantes que
o Plano não incluísse nenhum novo compromisso para as empresas, mas que
estivesse firmemente embasado nos compromissos que as empresas assumem
no momento da adesão.
Desde o início, o Pacto Global da ONU têm solicitado dois compromissos primordiais aos líderes empresariais e às organizações:
- implementar os dez princípios do Pacto Global da ONU;
- realizar ações de apoio a questões e objetivos mais amplos da ONU.
Para muitas empresas participantes,
essas duas promessas têm ajudado a estruturar sua filosofia e estratégia
geral de sustentabilidade empresarial e o relatório COP-Comunicação de Progresso tem servido para elucidar e descrever as muitas iniciativas positivas e conquistas atingidas.
Com essas e outras considerações em
mente, elaboradores do Plano buscaram um conceito e um processo que
incorporasse práticas de liderança atuais e emergentes adotadas pelas
empresas; abordasse importantes lacunas de desempenho; criasse novas
oportunidades relacionadas aos dois compromissos; e, finalmente,
alavancasse da melhor maneira possível o valor do engajamento com
plataformas e iniciativas do Pacto Global da ONU. Procurou-se valorizar
acima de tudo a simplicidade de formato aliada à sofisticação em termos
das áreas e questões abordadas.
O resultado é um Plano que define
dimensões distintas porém complementares da liderança em
sustentabilidade empresarial. Oferecemos esse Plano para ajudar a
realizar plenamente o potencial das empresas na sociedade.
Facilitando a Liderança – ONU cumprindo sua parte no Acordo
Ao elaborar o Plano,o Pacto Global da
ONU e a ONU de forma geral se compromete a desenvolver ainda mais suas
capacidades, habilidades e recursos.
É evidente que o Plano oferece e inclui
benefícios e responsabilidades tanto para as empresas participantes como
para as Nações Unidas. Dessa forma, a divulgação do Plano também marca
um passo histórico para o Escritório do Pacto Global da ONU e para
outros fundos, agências e programas da ONU.
Nos últimos anos, o Escritório do Pacto
Global da ONU reconheceu a necessidade de se aperfeiçoar e oferecer
iniciativas, recursos e outros suportes que viessem ao encontro das
necessidades e aspirações de empresas líderes. Essa necessidade foi, em
parte, atendida por meio dos grupos de trabalho e materiais de
orientação sobre questões, bem como pela criação de iniciativas
especiais como Caring for Climate (Cuidando do Clima), the CEO Water Mandate (Comitê de Água da ONU); Business and Peace (Empresas e a Paz); e Women’s Empowerment Principles (Princípios para o Empoderamento da Mulher).
Está claro, entretanto, que ao elaborar o
Plano, o Pacto Global da ONU e a ONU de forma geral terão que
desenvolver ainda mais suas capacidades, habilidades e recursos para dar
assistência e respostas adequadas às empresas que procuram implementar o
Plano. Se, por um lado, o Plano é voltado às corporações, ele somente
será bem sucedido se realizado com o espírito do Pacto Global da ONU, ou
seja, como um esforço de colaboração baseado em interesses e objetivos
mútuos.
Nesse sentido, foi dado início a uma
avaliação estratégica que irá incluir uma série de considerações e
opções, entre as quais a expansão dos recursos humanos, o
desenvolvimento de novas frentes de trabalho e recursos, o oferecimento
de mais oportunidades de engajamento em nível local e mundial, a
construção de plataformas escaláveis de compartilhamento de
conhecimentos e a criação de grupos especiais de liderança envolvendo
empresas e suas partes interessadas para enfocar as principais dimensões
e aspectos do Plano.
Será particularmente importante para o
Pacto Global da ONU adequar as Redes Locais às práticas de liderança
prevalentes no mundo todo. A implementação do Plano ocorrerá, dessa
forma, conjuntamente com uma maior ênfase no fortalecimento das Redes
Locais, principalmente em mercados menos desenvolvidos, para garantir a
difusão mais ampla possível da liderança em sustentabilidade
empresarial.
Entendendo o Plano de Liderança – Principais dimensões e componentes da liderança
O Plano oferece aos participantes do
Pacto Global da ONU um modelo para que possam atingir um melhor
desempenho e gerar mais valor por meio do Pacto Global da ONU. Ele
permite que as empresas e suas partes interessadas avaliem o progresso
em relação ao seu compromisso, estratégia e implementação e comuniquem
eficazmente à medida que subam a curva do aprendizado e do desempenho.
No contexto do Plano, sustentabilidade
empresarial é definida como a geração de valor de longo prazo em termos
financeiros, socioambientais e éticos. Este conceito abrange todos os
princípios e áreas relativas a questões do Pacto Global da ONU.
O Plano se baseia nos dois compromissos
centrais assumidos pelas empresas participantes. Ele inclui aspectos de
liderança considerados cruciais para maximização dos resultados no que
diz respeito a esses compromissos, entre os quais um engajamento ativo
com o Pacto Global da ONU local e globalmente.
O Plano abrange três dimensões distintas porém sobrepostas e sinérgicas. São elas:
- Implementação dos Dez Princípios em estratégias e operações;
- Ação em apoio a questões e objetivos mais amplos da ONU;
- Engajamento com o Pacto Global da ONU.
Cada dimensão contém alguns
componentes-chave. Além disso, vários componentes transversais da
liderança foram identificados como uma sobreposição crucial para as três
dimensões.
A figura abaixo é uma representação
visual do Plano, abrangendo as três principais dimensões e, na parte
central, os Componentes transversais.

Representação visual do Plano: três principais dimensões e componentes transversais
As “Questões e Objetivos Mais Amplos da
ONU” referem-se a uma série de questões globais – baseadas nos desafios
globais mais agudos e crônicos – que incluem Paz e Segurança; os
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio; Direitos Humanos; Direitos da
Criança; Igualdade de Gênero; Saúde; Educação; Assistência Humanitária;
Migração; Segurança Alimentar; Ecossistemas Sustentáveis e
Biodiversidade; Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas; Segurança
Hídrica e Saneamento; Emprego e Condições Decentes de Trabalho; e
Combate à Corrupção.
Dimensão 1 – Implementação dos Dez Princípios em estratégias e operações
Essa dimensão do Plano de liderança
representa a pedra fundamental do Pacto Global da ONU e abrange o que
sempre foi o primeiro objetivo da iniciativa: implementar os dez
princípios nas estratégias e operações das empresas.
Consultas a empresas de vanguarda e
outros especialistas sobre o que constitui a prática de liderança
referente a essa dimensão do Plano levaram a um consenso sobre quatro
componentes:
- Total cobertura e integração entre os princípios;
- Políticas e procedimentos de gestão robustos;
- Adequação às funções corporativas e unidades de negócios;
- Implementação na cadeia de valor.
Cada um desses componentes foi
considerado vital para assegurar que os dez princípios do Pacto Global
da ONU sejam inteiramente incorporados na organização e sua esfera de
influência, e para assegurar que sejam eficazmente implementados com o
reconhecimento das relações entre os princípios.
Visando ajudar as empresas a melhorar
seu desempenho em relação a essa dimensão do Plano, o Escritório do
Pacto Global da ONU desenvolveu um recurso, o Modelo de Gestão do Pacto
Global da ONU, disponível no site do Pacto Global da ONU. Esse recurso
apresenta um modelo dinâmico de gestão baseado em melhoria contínua.
Dimensão 2 – Ação em apoio a questões e objetivos mais amplos da ONU
Essa dimensão do Plano está
profundamente enraizada no segundo objetivo do Pacto Global da ONU, que é
estimular ações em apoio a questões e objetivos mais amplos da ONU, e
irá fortalecer seu significado.
Existe – e é para existir – uma
sobreposição entre os dez princípios e o conjunto de questões e
objetivos mais amplos da ONU. As questões e os objetivos mais amplos da
ONU incluem as quatro áreas cobertas pelo Pacto Global da ONU – Direitos
Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Combate à Corrupção, mas vão além
delas abrangendo outras prioridades de sustentabilidade.
Ao mesmo tempo, as dimensões 1 e 2 são
fundamentalmente diferentes no que se refere a comportamentos e ações
que as empresas deveriam adotar. Enquanto a primeira dimensão é
basicamente sobre a internalização dos dez princípios, a segunda
dimensão estimula as empresas a adotar ações mais voltadas para o
externo de modo a aumentar seus impactos positivos na sociedade.
Os elaboradores do Plano reconheceram
que um número cada vez maior de empresas buscam deliberada e
explicitamente atividades em apoio a um ou mais desses objetivos – como
complemento ou parte integrante da busca por atingir os objetivos do
negócio. Essa dimensão do Plano estimula os participantes a cada vez
mais adotar tais atividades e projetos.
Nesse sentido, consultas a empresas e
outros especialistas sobre o que constitui a prática de liderança
referente a essa dimensão do Plano levaram a um consenso sobre quatro
Componentes:
- Contribuições do negócio principal aos objetivos e questões da ONU;
- Investimentos sociaise estratégicos e filantropia;
- Engajamento em campanhas e políticas públicas;
- Parcerias e ação coletiva.
Cada um desses Componentes foi
considerado vital para que as empresas trilhem um caminho de liderança
para realizar plenamente o segundo objetivo do Pacto Global da ONU.
Dimensão 3 – Engajamento com o Pacto Global da ONU
O Pacto Global da ONU tem estabelecido
ao longo dos anos numerosas Redes Locais, criado e lançado grupos de
trabalho especiais, iniciativas e outras plataformas e mecanismos de
engajamento.
Todavia, as pesquisas indicam que ainda
há um grande campo e muitas oportunidades para as empresas se tornarem
mais engajadas com o Pacto Global da ONU tanto em nível local como
global. De fato, os elaboradores do Plano concordam que a iniciativa de
um engajamento mais robusto com o Pacto Global da ONU será um aspecto
vital de liderança no futuro.
O engajamento com o Pacto Global da ONU
não é um fim em si mesmo, mas um meio de melhorar o desempenho das
empresas no que se refere às outras duas dimensões do Plano. Novamente, é
importante observar que há importantes sobreposições sinérgicas entre
as três dimensões.
Consultas a empresas e outros
especialistas sobre o que constitui a prática de liderança referente a
essa dimensão do Plano levaram a um consenso sobre quatro componentes:
- Redes locais e engajamento de subsidiárias;
- Grupos de trabalho globais e locais;
- Iniciativas setoriais e temáticas;
- Promoção e apoio ao Pacto Global da ONU.
Cada um desses Componentes foi
considerado vital para a concretização de todo o potencial de
engajamento com o Pacto Global da ONU, tanto em nível local como global.
Interseção do Plano – Componentes Transversais
O elemento final do Plano é uma
interseção, que contém quatro Componentes transversais. Os elaboradores
do Plano reconheceram que esses Componentes são vitais para o sucesso da
concretização das três dimensões e de suas respectivas Ações.
Esses Componentes transversais mencionam
vários aspectos essenciais do Pacto Global da ONU em geral, assim como
traçam novos caminhos. Eles expandem o conceito de liderança tanto ao
articular um papel mais proativo e assertivo por parte dos presidentes
de empresas e suas diretorias como ao expandir a definição de liderança
para incluir a supervisão por parte do órgão de governança pertinente da
empresa.
Além disso, os Componentes transversais
mencionam a importância vital da inclusão das partes interessadas – a
marca do Pacto Global da ONU – assim como transparência e divulgação.
Os quatro Componentes transversais dessa interseção são:
- Compromisso e liderança do presidente;
- Adoção e supervisão pelo Conselho;
- Engajamento das partes interessadas;
- Transparência e divulgação.
Concretização do Plano – Implementação dos Dez Princípios em Estratégias e Operações
Total Cobertura e Integração entre os Princípios
- Implementar todos os dez Princípios do Pacto Global da ONU em estratégias e operações;
- Elaborar a estratégia de sustentabilidade corporativa para alavancar sinergias entre áreas relativas a questões e para lidar adequadamente com suas contrapartidas;
- Assegurar que diferentes funções corporativas se coordenem entre si para maximizar o desempenho e evitar impactos negativos indesejáveis.
Políticas e Procedimentos de Gestão Robustos
- Avaliar permanentemente riscos e oportunidades para a empresa e o produto e exercer diligência devida para garantir que a empresa identifique quaisquer impactos negativos causados por suas operações e atividades;
- Criar estratégias e políticas específicas para o contexto operacional da empresa, assim como cenários para o futuro, e estabelecer metas mensuráveis de curto, médio e longo prazo;
- Engajar e educar os empregados por meio de treinamento, do desenvolvimento e ajuste de processos empresariais e de sistemas sólidos de incentivo;
- Implementar um sistema de acompanhamento e mensuração de desempenho baseado em uma métrica de desempenho padronizada.
Adequação às Funções Corporativas e Unidades de Negócio
- Conferir responsabilidade pela execução da estratégia de sustentabilidade às funções corporativas relevantes (compras, relações com o governo, recursos humanos, jurídico, etc.) e garantir que nenhuma função esteja operando em conflito com os compromissos e objetivos de sustentabilidade da empresa;
- Alinhar estratégias, metas e estruturas de incentivo de todas as unidades operacionais e subsidiárias com a estratégia de sustentabilidade empresarial;
- Atribuir a responsabilidade pela implementação da sustentabilidade empresarial a um indivíduo ou grupo dentro de cada unidade operacional e subsidiária.
Implementação na Cadeia de Valor
- Analisar cuidadosamente cada segmento da cadeia de valor, tanto upstream como downstream, ao mapear riscos, oportunidades e impactos;
- Comunicar políticas e expectativas para fornecedores e outros parceiros relevantes do negócio;
- Implementar mecanismos de monitoramento e verificação dentro da esfera de influência da empresa;
- Empreender atividades de conscientização, treinamento e outros tipos de capacitação com fornecedores e outros parceiros do negócio.
Concretização do Plano – Ação em apoio a questões e objetivos mais amplos da ONU
Contribuições do Negócio Principal aos Objetivos e Questões da ONU
- Alinhar a estratégia principal do negócio com um ou mais objetivos/questões* da ONU;
- Desenvolver produtos e serviços relevantes ou conceber modelos de negócio que contribuam para os objetivos /questões da ONU;
- Adotar e modificar procedimentos operacionais para maximizar a contribuição para os objetivos/questões da ONU.
Investimentos Sociais Estratégicos e Filantropia
- Realizar investimentos sociais e contribuições filantrópicas que se alinhem com as competências essenciais ou o contexto operacional da empresa como parte integrante de sua estratégia de sustentabilidade;
- Coordenar esforços com outras organizações e iniciativas para amplificar – e não anular ou desnecessariamente repetir – os esforços de outras entidades;
- Responsabilizar-se pelas conseqüências intencionais ou não intencionais do apoio financeiro e ter a devida consideração pelos costumes, tradições, religiões e prioridades locais de indivíduos e grupos relevantes.
Engajamento em Campanhas e Políticas Públicas
- Defender publicamente a importância da ação referente a um ou mais objetivos/questões da ONU;
- Comprometer os líderes da empresa com a participação em cúpulas e conferências de destaque e outras importantes interações das políticas públicas com um ou mais objetivos/questões da ONU.
Parcerias e Ação Coletiva
- Desenvolver e implementar projetos de parceria com organizações públicas ou privadas (órgãos da ONU, governo, ONGs ou outros grupos) em negócios principais, investimentos sociais e/ou campanhas públicas;
- Aliar-se a organizações do mesmo setor, órgãos da ONU e/ou outras partes interessadas em iniciativas que contribuam para resolver desafios e dilemas comuns em nível global e/ou local com ênfase em iniciativas que aumentem o impacto positivo em sua cadeia de valor.
Concretização do Plano – Engajamento com o Pacto Global da ONU
Redes Locais e Engajamento de Subsidiárias
- Contribuir com o desenvolvimento e operação de, pelo menos, uma Rede Local do Pacto Global da ONU e ajudar a elevar o desempenho de outras empresas através de treinamento, mentoring (tutoria), revisão do COP por uma organização similar, etc;
- Estimular subsidiárias a se engajar com as Redes Locais do Pacto Global da ONU e participar ativamente em eventos e atividades;
- Divulgar informações de sustentabilidade referentes a cada subsidiária separadamente ou discriminá-las explicitamente na Comunicação de Progresso da Matriz.
Grupos de Trabalho Globais e Locais
- Participar em grupos de trabalho globais ou locais de destaque e compartilhar experiências, redes, ferramentas e boas práticas com outros participantes do Pacto Global da ONU;
- Participar ativamente na definição de escopo e objetivos de novos grupos de trabalho, quando relevantes.
Iniciativas Setoriais e Temáticas
- Aderir e colaborar para o progresso de uma ou mais iniciativas existentes do Pacto Global da ONU, como Caring for Climate (Cuidando do Clima), CEO Water Mandate (Comitê de Água da ONU); Women’s Empowerment Principles (Princípios de Empoderamento das Mulheres) e Global Business Initiative on Human Rights (iniciativa de direitos humanos);
- Encabeçar o desenvolvimento voltado aos necessitados de novas iniciativas setoriais ou temáticas dentro do Pacto Global da ONU e das Nações Unidas como um todo.
Promoção e Apoio ao Pacto Global da ONU
- Defender o Pacto Global da ONU junto a parceiros de negócio, organizações similares e o público em geral;
- Estimular fornecedores e outros parceiros de negócio a aderir ao Pacto Global da ONU e assumir um papel de tutor (mentoring) em questões referentes à iniciativa;
- Participar de atividades para desenvolver e fortalecer ainda mais o Pacto Global da ONU.
Concretização do Plano – Os Componentes Transversais
Comprometimento e Liderança dos Presidentes de Empresas
- Presidente da empresa faz declarações públicas claras e demonstra liderança pessoal em sustentabilidade e compromisso com o Pacto Global da ONU;
- Presidente da empresa promove iniciativas para aumentar a sustentabilidade do seu setor e lidera o desenvolvimento de normas setoriais;
- Presidente da empresa lidera a diretoria no desenvolvimento de estratégia de sustentabilidade empresarial, definindo objetivos e supervisionando sua implementação;
- Tornar os critérios de sustentabilidade e os Princípios do Pacto Global da ONU parte integrante dos objetivos e sistemas de incentivos para o presidente da empresa e a diretoria.
Adoção e Supervisão pelo Conselho
- Conselho de Administração (ou equivalente) assume responsabilidade e supervisão por estratégia e desempenho de sustentabilidade empresarial de longo prazo;
- Conselho cria, quando possível, uma comissão ou atribui a um conselheiro responsabilidade pela sustentabilidade empresarial;
- Conselho (ou comissão), quando possível, aprova a elaboração de um relatório formal de sustentabilidade empresarial (Comunicação de Progresso).
Engajamento de Partes Interessadas
- Reconhecer publicamente a responsabilidade pelos impactos da empresa nos públicos interno e externo;
- Definir estratégias de sustentabilidade, objetivos e políticas em conjunto com as principais partes interessadas;
- Consultar as partes interessadas ao lidar com dilemas e desafios de implementação e convidá-las a participar ativamente da análise de desempenho;
- Criar canais para engajamento com empregados e outras partes interessadas para ouvir suas idéias e contemplar suas preocupações, além de proteger autores de denúncias.
Transparência e Divulgação
- Compartilhar informações sobre sustentabilidade com todas as partes interessadas e responder às suas dúvidas e preocupações;
- Garantir que a Comunicação de Progresso abranja todos os aspectos do Plano de Liderança e utilizar, quando apropriado, a estrutura da Global Reporting Initiative;
- Integrar a Comunicação de Progresso ao relatório financeiro anual e publicá-los em conjunto.
- Obter verificação externa da Comunicação de Progresso ou procurar outros métodos de legitimação por partes interessadas externas.
* Para empresas sem um Conselho formal, outro órgão de governança ou poder assume essas responsabilidades
O Plano: Perguntas e Respostas
Não. O Plano visa inspirar as empresas que desejam atingir níveis mais elevados de desempenho e fornecer a elas um modelo factível de liderança em sustentabilidade. Ele visa ser ambicioso, porém exeqüível.
Como o Plano se difere de outros modelos de sustentabilidade?
O Plano é singular
por apresentar uma visão elevada de sustentabilidade empresarial, que
faz uso dos recursos e das oportunidades existentes dentro das Nações
Unidas. Ele oferece práticas de liderança para implementação dos dez
princípios e, ao mesmo tempo, sugere estratégias e oportunidades em
relação a questões e objetivos mais amplos da ONU relacionados ao
desenvolvimento sustentável.
O Plano é uma mudança radical no Pacto Global da ONU?
Não. O Plano tem
raízes sólidas nos dois compromissos empresariais referentes ao Pacto
Global da ONU – implementação dos dez princípios e ação em apoio a
questões e objetivos mais amplos da ONU. O que o Plano faz é elaborar
ainda mais esses dois compromissos e, ao mesmo tempo, apresentar novas
oportunidades para as empresas. Dessa forma, o Plano representa um passo
evolutivo para o Pacto Global da ONU.
Como as empresas que implementam o Plano na sua totalidade serão reconhecidas?
Primeiramente, o
Plano permite às empresas avaliar e comunicar sua adoção e implementação
do Plano. Sugere-se que as empresas usem a Comunicação de Progresso
para esse fim. Além disso, o Escritório do Pacto Global da ONU irá
estimular terceiros a reconhecer as empresas que considerem como líderes
com base no Plano. Entre eles, organizações da sociedade civil,
investidores, governos ou outras partes interessadas.
O Plano parece
ter sido concebido principalmente para grandes empresas. As pequenas e
médias empresas também podem utilizar o Plano?
Claro que sim.
Sabe-se que alguns dos Componentes – por exemplo adoção pelo Conselho –
podem não ser relevantes para empresas de menor porte. Numa situação
como essa, recomenda-se que as empresas se concentrem somente nos
Componentes que forem relevantes e usem a Comunicação de Progresso para
explicar o porquê de suas escolhas.
O Plano para Liderança em
Sustentabilidade Empresarial é o fruto dos primeiros dez anos do Pacto
Global da ONU. Foi elaborado em conjunto com mais de cem participantes e
partes interessadas provenientes de todos os continentes.
Uma equipe central liderada pelo
Vice-Diretor Gavin Power e pelo Assessor Sênior Ole Lund Hansen do
Escritório do Pacto Global da ONU supervisionou esse trabalho conjunto.
Agradecemos a Fondation Guilé por seu apoio.
Publicado pelo Escritório do Pacto Global da ONU
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