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domingo, 18 de dezembro de 2011

Gerenciando a Força de Trabalho do Futuro.

Gerenciando a força de trabalho do futuro.











Como a mudança demográfica afeta as empresas? O Dr. Thomas Fent, especialista em economia populacional do Instituto de Demografia de Viena, explica como as empresas podem se preparar para um futuro mercado de trabalho radicalmente diferente.
Como a mudança demográfica irá afetar o mercado de trabalho nos países ocidentais industrializados?A proporção de pessoas em idade empregável cairá de modo acentuado. Além disso, o número de trabalhadores jovens diminuirá sensivelmente, enquanto o número de trabalhadores mais velhos aumentará continuamente.


Como as empresas podem se preparar para esse cenário?Os gerentes de Recursos Humanos serão forçados a adotar estratégias criativas de recrutamento, assim como o treinamento posterior. Por exemplo, não é muito promissor no longo prazo para uma empresa contratar exclusivamente funcionários muito jovens.


Por que é necessário dar conta da estrutura etária? O desempenho físico e intelectual dos funcionários muda com a idade. A carreira profissional está sempre vinculada à biografia do funcionário. Por exemplo, na Áustria os salários obedecem à regra da senioridade, e a futura composição do staff vai se basear na estrutura etária atual.



Faz sentido investir em desenvolvimento profissional até uma idade mais avançada?Claro que isso não só faz sentido como é absolutamente necessário. Se, por um lado, o desempenho físico atinge seu clímax em uma idade relativamente jovem, o desempenho intelectual abrange dois componentes: inteligência fluida e inteligência cristalizada.


O que significam esses termos?Inteligência fluida é a capacidade de processar novas informações rapidamente. Assim como o desempenho físico, ela começa a decrescer muito cedo na vida. Já a inteligência cristalizada se baseia em dados e tem raízes nas experiências; ela ajuda a manter uma visão geral em situações complexas e resolver problemas.

Acima de tudo, a inteligência fluida é essencial para o desenvolvimento linguístico e para a aptidão social, assim como é necessária para liderar equipes ou solucionar conflitos. A inteligência cristalizada aumenta no decorrer da idade produtiva e atinge seu ápice no final da carreira profissional.


Afinal, uma empresa deveria se concentrar em trabalhadores mais jovens ou mais velhos? Em muitos casos, uma mescla entre os pontos fortes dos trabalhadores mais jovens e dos mais velhos é melhor do que uma estrutura etária focada exclusivamente nos jovens.



Como a mudança demográfica afeta o planejamento de carreira individual?Nós sempre pensamos em uma carreira bem-sucedida em termos de uma contínua evolução dentro da hierarquia organizacional. Essa via para as carreiras, contudo, não pode ser mantida no longo prazo em uma sociedade que está envelhecendo.




















Thomas Fent, Instituto de Demografia de Viena: "Não é muito promissor no longo prazo para uma empresa contratar exclusivamente funcionários muito jovens."



Um país com população crescente apresenta a clássica pirâmide etária: uma ampla base com muita gente jovem e bem menos pessoas idosas no topo. Isso também corresponde bastante com os típicos organogramas em empresas estruturadas hierarquicamente. Nesse tipo de cenário, pode-se oferecer aos jovens profissionais a perspectiva de uma promoção ao cargo de líder de equipe, gerente ou chefe de departamento.

Mas se a pirâmide etária for similar à forma de um cogumelo, tal como ocorre numa população em vias de envelhecer, isso não será mais possível. Seja porque não haverá postos livres no próximo nível para os jovens, ou porque os jovens profissionais ainda serão necessários no nível que alcançaram até o momento.


O que isso irá significar para empresas e trabalhadores?Aos 50 anos, um trabalhador ainda irá possivelmente realizar as mesmas tarefas que fazia aos 20 anos. Por essa razão, as empresas terão de inventar novas ideias de como manter a motivação dos funcionários. Uma opção é diferenciar as carreiras entre executiva, de especialista e de projeto. Na Áustria, os salários são relativamente baixos no início de carreira e aumentam de forma expressiva à medida que o funcionário avança em idade. Com uma população em vias de envelhecer, será necessário achatar as estruturas salariais.


Que perigos emergem da regra de senioridade que prevalece hoje?Ela impede a contratação de pessoal sênior de fora da empresa. Os altos salários dos trabalhadores mais velhos estão sendo indiretamente subsidiados pelos funcionários mais novos. Se a proporção do staff sênior aumentar, esse equilíbrio interno deixa de funcionar. Os trabalhadores mais velhos, por serem muito dispendiosos, vão perder seus empregos, ao passo que os mais jovens, que são mal pagos, tendem a sair da empresa. Se mantivermos a atual estrutura salarial, vamos aumentar os custos trabalhistas de modo acentuado sem nenhuma elevação na produtividade.


Como podemos nos assegurar de que nossos funcionários estarão aptos a longo termo? Realize análises detalhadas da atual estrutura etária da sua mão de obra: faça um inventário demográfico, trace o perfil demográfico de seus funcionários e delineie uma estratégia antecipatória e sustentável de recursos humanos.
O ideal da equipe jovem e dinâmica em busca de um novo integrante ainda vai permanecer na nossa cabeça por algum tempo. Se insistirmos nesse esquema, porém, só iremos agravar a concorrência para os funcionários jovens. Se as empresas estiverem preparadas para alinhar seu pessoal com o desenvolvimento demográfico, elas poderão ajudar a aliviar a concorrência pela mão de obra.



O que essas percepções representam para o Departamento de Recursos Humanos?Gerentes de Recursos Humanos que atuam estrategicamente não só se planejam para a demanda atual, mas agem com antevisão e com base nos princípios de sustentabilidade. Então, não basta confiar em programas de prioridades específicas focadas nos requisitos dos trabalhadores mais velhos. Todas as gerações precisam ser consideradas em igual medida.


O que mais precisa ser levado em conta com relação à gestão geracional?A gestão geracional deveria ser entendida não como um projeto, mas como um programa. Enquanto um projeto tem data de início e término, a gestão geracional é um gerenciamento contínuo e um sistema organizacional.

Os estabelecimentos que se prepararem oportunamente para a mudança demográfica ganharão uma vantagem competitiva na corrida pelos melhores cérebros. Nesse processo, o jovem e o velho deverão estar no mesmo barco – e deverão remar juntos na mesma direção. Desse modo, as empresas podem manter o rumo, visando um sucesso sustentado.







domingo, 4 de dezembro de 2011

Plano de Resíduos Sólidos Recebe Novas Contribuições.


Plano de resíduos sólidos recebe novas contribuições.





Em audiência pública nacional, realizada em Brasília, o Ministério do Meio Ambiente acatou, realizada em 01/12/2011, novas propostas da sociedade civil, governo, empresas e universidades para a versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. O documento agora será submetido aos conselhos nacionais de meio ambiente, cidades, saúde e política agrícola, onde poderá receber novas contribuições. Depois de pronto, segue para apreciação do Palácio do Planalto.


A última de uma série de audiências públicas presenciais que percorreram todas as regiões do País serviu para análise das mais de 900 sugestões diretas e 400 pelo Internet. Foram aceitas 168 emendas. Para o diretor de Ambiente Urbano do MMA, Silvano Silvério, esta etapa é uma das mais importantes do plano. "É fundamental, pois contou com a participação dos vários setores envolvidos e o plano é para todos eles", afirmou.



O resultado das consultas públicas é um documento que estabelece diretrizes, estratégias, cenários e metas para o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Visto como um novo pacto entre Governo e sociedade civil, o Plano prevê um conjunto de medidas que devem resultar no fim dos lixões, implantação da coleta seletiva, valorização dos catadores e incentivo ao consumo consciente.





Em meados de 2012, o grupo coordenado pelo MMA e composto por 10 ministérios, Casa Civil e Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, encaminha a proposta ao Palácio do Planalto. O texto final, que será transformado em decreto presidencial, prevê a realização de um novo e amplo diagnóstico da situação dos resíduos sólidos no Brasil, traça metas e estabelece prazos para o cumprimento de etapas que resultaram no fim dos lixões e instalação de aterros controlados para destinação exclusiva de rejeitos.



A implementação do Plano vai gerar impactos em vários setores da economia e no dia-a-dia das pessoas. Dados oficiais apontam que a coleta seletiva de materiais recicláveis no País não chega a 28% dos municípios brasileiros. Somente 392 municípios contam com estruturas para reutilização e reciclagem, mesmo assim, parte deles necessita de recuperação. Para reverter esse quadro, o Plano traz metas regionais até 2031 e propõe mecanismos de financiamento.





Emissões de Gases do Efeito Estufa Devem Dobrar até 2050.




Emissões de gases do efeito estufa devem dobrar até 2050.






As emissões globais de gases que causam o efeito estufa devem aumentar em 50% até 2050, principalmente em razão da maior demanda de energia e do crescimento econômico nos grandes países emergentes.

O alerta foi feito nesta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que publicou o relatório Perspectivas do Meio Ambiente no Horizonte 2050.

O documento foi divulgado às vésperas da 17ª Conferência das Partes (COP 17) da ONU sobre as mudanças climáticas, que começa na próxima segunda-feira em Durban, na África do Sul.

Segundo a OCDE, a fatia dos países dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) nas emissões globais de gases de efeito estufa, que provocam o aquecimento global, passou de 30% nos anos 70 para 40% atualmente.

De acordo com o relatório, as emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases que provocam o efeito estufa, deverá crescer 70% até 2050 em razão do aumento do uso de energias.

'A previsão é de que as emissões de CO2 causadas pelos transportes dobrem entre 2010 e 2050 em razão do forte aumento da demanda por carros nos países em desenvolvimento e do crescimento da aviação', diz o documento.

'A concentração média global dos vários gases de efeito estufa na atmosfera continuam aumentando desde que os recordes começaram', alerta a OCDE.



Segundo cientistas, uma concentração de CO2 na atmosfera em 450 partes por milhão (ppm), limitaria em 50% a possibilidade do aumento da temperatura mundial em 2°C, meta de aquecimento definida em 2010 na conferência internacional em Cancún.

Esse aumento de 2°C é considerado pelos especialistas como sendo o limite para que as mudanças climáticas sejam suportáveis ou adaptáveis.

A OCDE ressalta que as concentrações atuais de CO2 'estão chegando muito perto da meta de 450 ppm'.

De acordo com o documento, esse número já estava próximo de 400 ppm no ano passado.

'Se não houver novas medidas governamentais, a concentração de CO2 na atmosfera poderá atingir 685 ppm em 2050', afirma a organização, ressaltando que isso poderá resultar em uma alta média de 3,7°C a 6° da temperatura do planeta até o final do século.

A OCDE também alerta que se não houver mudanças de políticas governamentais, as energias fósseis ainda continuarão representando 85% das energias utilizadas no mundo.

'Os governos devem deixar de lado suas viseiras nacionais e considerar a situação em escala mundial', disse o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría.

'Para atingir o objetivo fixado de limitar em 2°C o aumento da temperatura mundial, eles devem acelerar as negociações em Durban', declarou Gurría.






sábado, 3 de dezembro de 2011

ONU diz que Brasil Subaproveita Seu Potencial em Energias Renováveis.




ONU diz que Brasil subaproveita seu potencial em energias renováveis.
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O Brasil ocupa uma posição de destaque na produção de energias renováveis, mas 'poderia fazer mais esforços' em relação às energias solar e eólica, segundo a Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que publicou nesta terça-feira um relatório sobre o tema.

'O Brasil, devido ao seu clima e à sua superfície, possui um enorme potencial em termos de energia eólica e solar, mas não explora de forma suficiente sua capacidade nessas áreas', disse à BBC Brasil Anne Miroux, diretora do relatório Tecnologia e Inovação - Potencialização do Desenvolvimento com Energias Renováveis, da Unctad.

Ela diz que o Brasil se concentra em setores 'maduros', como os biocombustíveis e a geração de energia hidrelétrica, criados há décadas.

'O Brasil está entre os principais países que produzem energias renováveis, mas não em termos de energias modernas, como a eólica e a solar, nas quais nos focalizamos hoje', diz Miroux.

Investimento

O relatório da Unctad revela que o Brasil foi o quinto país que mais investiu em energias limpas no ano passado, totalizando a soma de US$ 7 bilhões.

A China, com o valor recorde de US$ 49 bilhões, liderou os investimentos em energias renováveis em 2010, seguida pela Alemanha (US$ 41,1 bilhões), Estados Unidos (US$ 30 bilhões) e Itália (US$ 14 bilhões).

O Brasil, segundo dados do instituto voltado para estudos na área de energias renováveis REN 21, citados no relatório, é o quarto principal país em termos de capacidade de produção dessas energias, incluindo a hidrelétrica.

Mas o país não está entre os cinco principais em relação à capacidade de produção de energia eólica (liderada pela China) ou solar.

O relatório da Unctad afirma que os países do grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) 'estão fazendo avanços tecnológicos significativos nos setores eólico e solar'.

'A China está fazendo grandes esforços em relação ao uso de energias renováveis. Um dos grandes problemas do país são suas centrais térmicas que utilizam carvão. A transição não é simples e não pode ser feita de um dia para o outro', diz Miroux.

Metas ambiciosas


A diretora do estudo ressalta que o Brasil 'está no bom caminho' com o objetivo 'notório' de desenvolver as energias renováveis, apesar de ainda 'não fazer o suficiente' em relação às energias solar e eólica.

Ela elogiou a meta fixada pelo governo de que 75% da eletricidade produzida no país seja proveniente de energias renováveis em 2030.

'O Brasil é um dos raros, talvez o único, a ter uma meta tão ambiciosa', afirma Miroux, que questiona também se as enormes reservas do pré-sal poderiam colocar em risco a estratégia atual de desenvolvimento das energias limpas no país.

Tecnologia

Segundo o relatório, os investimentos globais em energias renováveis saltaram de US$ 33 bilhões em 2004 para US$ 211 bilhões no ano passado - um aumento de 539,4%. O crescimento médio anual no período foi de 38%.

Apesar dos números, a diretora do estudo alerta que ainda faltam 'centenas de bilhões de dólares' para aperfeiçoar as tecnologias nos países em desenvolvimento e expandir o uso das energias renováveis no mundo.

De acordo com o relatório, as energias renováveis oferecem uma oportunidade real para reduzir a pobreza energética nos países em desenvolvimento.









Perda de Florestas Acelerou no Mundo, diz ONU.




Perda de florestas acelerou no mundo, diz ONU.
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Novos dados de satélite publicados pela ONU indicam que a perda de áreas florestais acelerou no mundo, passando de uma perda líquida de 4,1 milhões de hectares anuais na década de 1990 para 6,4 milhões de hectares anuais entre 2000 e 2005.

O braço da organização para alimentação e agricultura, FAO, utilizou dados de satélite para avaliar o desmatamento entre 1990 e 2005.

Segundo as novas estimativas, a taxa bruta de desmatamento, ou seja, a conversão de áreas florestais principalmente para uso agrícola, foi em média de 14,5 milhões de hectares nos 15 anos analisados.

A América do Sul liderou a conversão de florestas em áreas agrícolas, seguida pela África.

Entretanto, a ampliação da superfície florestal, seja por expansão natural da floresta ou por programas de reflorestamento, foi maior do que se pensava.

No total, a perda líquida em 15 anos foi de 72,9 milhões de hectares - 32% menos do que a estimativa com a qual a FAO trabalhava, de 107 milhões de hectares.

Os dados colhidos por satélite indicam que em 2005 o mundo possuía 3,69 bilhões de hectares em florestas - cerca de 31% da superfície terrestre do planeta.

Dados precisos


A diferença nos dados colhidos para o relatório deste ano em relação às estimativas passadas se deve à mudança na metodologia de captação: no ano passado, foram compilados dados fornecidos pelos países a partir de uma variedade de fontes.

As variações de um ano para outro ocorreram principalmente nas informações sobre a África, onde muitos governos ainda utilizam dados antigos e desatualizados sobre o desmatamento.

Segundo o porta-voz para assuntos florestais da FAO, Adam Gerrand, a perda de florestas no continente africano foi menor do que se pensava.

A única região do planeta a registrar um aumento líquido de áreas de floresta foi a Ásia, graças a programas de reflorestamento na China e nos países vizinhos.

Para o diretor-geral-assistente para Florestas da organização, Eduardo Rioja-Briales, os dados colhidos com ajuda de satélite oferecem aos países 'informação mais acurada em todos os níveis' e evidenciam 'a necessidade de parar urgentemente a perda de ecossistemas valiosos'.





Avança Chance para Acordo na COP-17.





Avança chance para acordo na COP-17.
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Países que participam da 17ª Conferência do Clima (COP-17), em Durban, pressionam os Estados Unidos a aceitar iniciar o roteiro para um acordo global com metas obrigatórias para todas as nações após 2020 e a União Europeia chegou a puxar a orelha dos americanos explicitamente ontem, dizendo que o país precisa se engajar no diálogo para reduzir as emissões de gases-estufa nos próximos dez anos.

Se os EUA derem o sinal positivo, os participantes da COP-17 acreditam que a maior emissora atual de CO2, a China, também entrará no barco. Os chineses esperam os americanos darem o primeiro passo, já que os EUA são um país desenvolvido e, de acordo com a Convenção do Clima, têm maior responsabilidade histórica na questão das mudanças climáticas que os países em desenvolvimento.

Se a estratégia der certo, será assegurada a continuidade do Protocolo de Kyoto, mas com menos países do que na primeira fase do compromisso, que vai de 2008 a 2012. O apelidado 'Kyotinho' poderia ter o envolvimento da União Europeia, da Austrália e da Nova Zelândia, por exemplo, mas países como Japão, Rússia e Canadá ficariam de fora. Esses três países consideram injusto entrar num segundo período de compromisso do protocolo porque os dois maiores emissores do mundo (EUA e China) não participam do acordo.

Artur Runge-Metzger, representante da União Europeia que deu a 'bronca' nos americanos, ressaltou ontem que o bloco europeu demonstrou que é possível crescer poluindo menos. 'Tivemos um crescimento de 40% na economia desde 1990 e vamos conseguir cumprir e até ultrapassar nossa meta no Protocolo de Kyoto', afirmou.

Um país que está com a imagem 'arranhada' nas negociações é o Canadá. Com atitudes muito negativas, o país recebeu vários prêmios 'Fóssil do Dia', concedido pelas ONGs, por não aceitar continuar em Kyoto. O chefe da delegação brasileira, o embaixador André Corrêa do Lago, lamentou ontem a posição dos canadenses e disse que 'ninguém sai do Protocolo de Kyoto para fazer mais, só para fazer menos'. 'Não é um bom sinal', afirmou.

No boletim Eco, feito por ONGs, há uma mensagem para o país lembrando que em 1986 o Canadá apoiou as pessoas da África do Sul a lutar contra o Apartheid impondo sanções. E que, em 2011, em vez de combater o aquecimento global, que impactará milhões de pessoas, o país prefere apoiar companhias multinacionais de petróleo. O país é criticado ainda por explorar petróleo das areias betuminosas, cuja extração é muito mais poluente.

O Brasil também foi alvo de críticas das ONGs no boletim Eco de ontem, por causa da proposta no Senado de alterar o Código Florestal. A publicação diz que, enquanto o mundo tenta achar maneiras de reduzir as emissões globais, o País está em vias de dar ignição a uma verdadeira 'bomba de carbono'. Segundo os ambientalistas, a proposta comprometerá a Política Nacional de Mudanças Climáticas do Brasil e a meta nacional de corte de emissões anunciada pelo País em 2009 em Copenhague, na COP-15.

O Brasil se comprometeu a reduzir entre 36% e 39% as emissões até 2020, comparando com o nível de emissões se nada fosse feito. 'Uma das consequências previsíveis é que uma área quase do tamanho da França e da Grã-Bretanha juntas perderá a proteção legal', diz o boletim.

O embaixador André Corrêa do Lago, porém, afirmou que o Código não impactará negativamente os compromissos assumidos pelo País.






Cúpula de Durban Começa como Ultima Chance de Salvar Protocolo de Kyoto.




Cúpula de Durban começa como última chance de salvar Protocolo de Kyoto.


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Após o fracasso das duas últimas COPs (conferência da ONU para mudanças climáticas) em Cancún e Copenhagen, a 17ª Conferência das Partes da ONU, que começa em Durban, na África do Sul, vem atraindo atenção por ser vista como a última chance de se salvar o Protocolo de Kyoto.

O acordo, que obriga os países desenvolvidos a reduzir suas emissões de gases poluentes, expira em 2012, e até agora não há nenhum outro tratado para substituí-lo.

Kyoto muitas vezes é tido como insuficiente, porque a situação atual exige metas mais ambiciosas e também pelo fato de que grandes potências poluidoras, como os Estados Unidos, não serem signatárias.

No entanto, especialistas acreditam que sem renovar os termos do acordo, fecha-se a principal porta para garantir que a temperatura do mundo não suba 2º C, como era o objetivo do tratado.

E arcar com tamanho retrocesso seria um risco, especialmente em um cenário em que mesmo a crise global não reduziu as emissões de gases que provocam o efeito estufa.

Segundo um estudo divulgado na semana passada pelo Departamento de Energia dos EUA, a liberação de dióxido de carbono bateu recorde - 564 milhões de toneladas ou 6% a mais que em 2009.

Deturpação

'Se deixar morrer Kyoto, vai-se deixar morrer o único acordo top down (quando se tem uma meta a cumprir). E há praticamente um consenso de que nunca mais vai se conseguir outro acordo desse tipo', disse o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, diretor do Departamento de Meio Ambiente do Itamaraty e negociador do Brasil na COP-17. Para Lago, a anulação de Kyoto implica em negociações paralelas, que não colocam metas, apenas compromissos voluntários - 'uma deturpação monumental dos princípios da convenção'. Ele afirma que esta é justamente a estratégia de governo como EUA, Japão e Rússia: minar Kyoto e obter um novo acordo, que inclua até países como o Brasil. 'Todos dizem querer um resultado equilibrado em Durban. O que o Brasil considera equilibrado seria a aprovação do segundo período de compromisso que deve se estender até 2020, mesmo com um número menor de países.'

No entanto, apesar das intenções do governo brasileiro, essa aprovação pode esbarrar em entraves relacionados aos Brics. As negociações paralelas citadas por Lago ocorrem porque os países desenvolvidos não aceitam que os emergentes continuem sem metas para suas emissões. Isso é o que prevê Kyoto, já que quando o acordo foi fechado essas nações não tinham o peso de hoje. Se de um lado dos Brics o Brasil aceita acatar metas de reduções, no outro lado do bloco China e Índia têm ressalvas, por serem economias dependentes de matrizes fósseis, como o carvão. Já o Brasil se baseia em energias consideradas mais limpas, como a hidrelétrica. 'Essa é a hora de o Brasil mostrar qual tipo de emergente quer ser', afirma o representante do Greenpeace do Brasil em Durban, Pedro Henrique Torres. 'O país que quer investir em uma economia verde ou no desenvolvimento sujo, apostando no carvão e no pré-sal (ou seja, em combustíveis não-renováveis)?, questionou ele' Para Torres, o Brasil está diante de uma bifurcação, que tem ainda, em lados opostos, o desejo de exibir taxas de desmatamento em queda e um Código Florestal que, para ele, incentiva a derrubada de áreas verdes. O ambientalista acredita que o Brasil tem poder de negociação no chamado G77, que engloba países em desenvolvimento, mas fica em desvantagem no bloco Basic, que envolve justamente Índia e China.

Desafios

O risco de enterrar Kyoto não é a única expectativa negativa de Durban. A conferência vai estar esvaziada pela ausência de chefes de Estado importantes, especialmente o dos Estados Unidos e os da União Europeia, envolvidos em problemas com a crise econômica. Assim, outros pontos fundamentais das negociações podem emperrar. 'Uma COP que começa para salvar Kyoto já começa errada, porque há outros mecanismos que deveriam ser debatidos', disse Torres, citando questões como o Redd (mecanismos para reduzir as emissões decorrentes da degradação florestal). Outro importante mecanismo é o Fundo Verde para o Clima. Criado na COP16, ele pretende reunir USS$ 100 milhões até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Em vídeo divulgado na sexta-feira, o chanceler Antonio Patriota ressaltou a importância do fundo, dizendo que é preciso garantir que promessas de financiamento sejam cumpridas. Mas, para Torres essa é outra das tarefas árduas que o Brasil enfrentará na cidade sul-africana. 'Se o valor já era considerado insuficiente, num momento de crise a situação piora porque os países desenvolvidos não estão doando o prometido. E o fundo tem praticamente uma morte anunciada.'